Diretrizes ELO


Diretrizes do grupo ELO


Em relação às psicoses:

- Apostamos na abordagem psicanalítica como forma de tratamento de estados graves e psicóticos.

- Acreditamos na importância da abordagem multidisciplinar para o tratamento das psicoses.

- Não enxergamos a psicose como um déficit. Ao contrário, apostamos no psicótico como um sujeito com voz e vez e que será sempre considerado em sua singularidade.

- Não acreditamos que o delírio é um sintoma a ser combatido. Ao contrário, pensamos que este tem uma função primordial na estruturação  psíquica do paciente, referenciando sua existência e que possui uma complexa rede de sentidos relacionados à história de vida do sujeito.

- Ao mesmo tempo e, em tempo, há o objetivo de que o psicótico esquizofrênico amplie seu campo psíquico para além do delírio.

- Em relação à psiquiatria, pensamos ser imprescindível que cada paciente receba um tratamento medicamentoso singular.

- Apostamos na idéia de que o tratamento psicanalítico pode auxiliar o paciente na configuração de um sentido de existência mais sólido, mais pessoal – possibilidade de autoria, de falar em nome próprio, de existir como sujeito.


Em relação à clínica e às teorias psicanalíticas:

- Apesar de os integrantes do grupo se nortearem de modo geral por teorias distintas dentro da psicanálise, nossa postura de troca é de pluralidade. Não entendemos que uma teoria é mais válida ou mais correta do que a outra. Procuramos sempre nos abrir para conhecer novas formas de pensar a clínica e de estar com os pacientes.

- Pensamos que uma análise deve ampliar nossa compreensão e não reduzi-la. Para isso apostamos nas seguintes premissas:

  • O analista deve poder suportar o não-saber, tão freqüente nos encontros com pacientes psicóticos, ao invés de buscar respostas rápidas ou puramente teóricas que encerram a compreensão.

  • O analista abre-se para a escuta e leva em conta a sobredeterminação dos fenômenos e sentidos diversos trazidos pelo paciente e criados em conjunto com ele.

  • A teoria deve estar presente no analista como um acompanhante na jornada analítica e não como um dirigente do tratamento.

  • A teoria não deve ser privilegiada em relação à observação clínica direta.

  • A ajuda mais importante que o analista recebe vem de seu paciente. Só ele, e somente ele, sabe o que é ser ele mesmo.

  • Ressaltamos a importância de respeitar o tempo e a forma como um paciente pode passar por sua análise.

  • Apostamos na abertura e responsabilidade para se desprender do setting analítico clássico quando necessário e criar novas formas de estar com o paciente.